Esse texto contém spoilers de Cruella – filme da Disney, disponível no Disney+.
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Essa semana revi Cruella junto a minha sobrinha (sou disneymaníaca de carteirinha), nessa segunda vez, o olhar estava mais voltado para a Cruella como marca do que como a história de uma vilã icônica.
No filme, acompanhamos Estella se tornar Cruella, além das características de personalidade da personagem que passa uma jornada de transformação intensa, acompanhamos a trajetória de uma desconhecida se tornar em uma “sensação da moda”. Estella tem talento, entretanto, mais do que isso ela tem planejamento, criatividade e ousadia, características que a tornam uma trend setter.
Estella começa sua carreira tentando ascender como estilista em sua marca dos sonhos — Liberty of London, o lugar onde os melhores estilistas dos anos 70 trabalham (no universo Disney) e onde o ícone líder do mundo da moda é CEO e Fundadora, a Baronesa. Detalhe, ela consegue esse emprego mentindo em seu currículo, não faça isso 😐.
Então, inicia em um cargo de limpeza, com a esperança de que através de seu trabalho duro a oportunidade de mostrar seu valor apareça, porém, essa expectativa logo é frustrada e ela percebe que o gerente da loja não está aberto a novas ideias, muito menos de alguém que não está em um cargo criativo (posso apostar que você já vivenciou ou viu isso acontecendo em alguma experiência profissional).
Frustrada com a situação, faz um movimento é impensado, em um estouro de raiva durante uma noite em que está fazendo hora extra, ela decide mudar a vitrine principal da loja sem autorização, por sorte/destino a CEO constata a criação dela e a recruta — não indico que você faça algo assim, contar com a sorte não é uma boa.
Depois de, finalmente, conseguir o seu emprego dos sonhos, Estella começa a trabalhar para se destacar entre os outros estilista. Porém, a empresa dos seus sonhos se torna um pesadelo quando ela se depara com um ambiente tóxico, uma rotina de trabalho exaustiva e uma líder abusiva, micro gerenciadora e que ainda por cima toma crédito por suas criações 😥
Após o acúmulo de tantas decepções e mais alguns eventos do enredo, Estella decide que é hora de ser protagonista de sua carreira e criar sua própria marca — aí vem o papel Plano de Ação de Marketing bem construído.
- Conheça sua SWOT — Estella sabe muito bem quais são suas Fortalezas, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças — as usa ao seu favor. Claro, que na trama, isso é envolvido pela vingança que é seu motor principal.
2. Defina seu objetivo de Plano de Ação — Estella tem como principal objetivo lançar uma nova marca já com grande impacto, antes de sair fazendo qualquer coisa, ela define seu objetivo principal.
3. Defina a estratégia — Sua estratégia é focar em ultrapassar a Baronesa, a TOP of Mind atual com maior share de mercado e mostrá-la como ultrapassada. O plano é baseado em vingança: derrubar a credibilidade da Liberty, o status da Baronesa e sua confiança. A primeira parte é criar um nome e personagem para sua própria marca — Cruella.
4. Tenha uma equipe que acredite no seu propósito — Para fazer com que sua estratégia funcione, ela contará com um time multidisciplinar: Anita Darling (PR), Artie (Estilista e apoio criativo), Gaspar e Horácio (Produção, se podemos chamar assim).
5. Seja Consistente no seu Storytelling — Cada passo de sua campanha é um quebra cabeça, a cada aparição, Cruella entrega um novo teaser e uma nova peça do quadro geral. Cada aparição é uma ativação de marca, e apesar de diferentes, todas focam em um pilar: Inovação e a promessa de um futuro disruptivo (estratégia utilizada por muitas Startups) até o “Gran Finale” com seu primeiro desfile completo que mostra todas as peças criativas juntas.
6. Não se torne arrogante uma vez que alcançar o topo e não subestime seus competidores — Essa é difícil. Uma marca consistente e bem sucedida não se dá de apenas uma campanha ou um viral, mas de alguns planos de ação de marketing e um grupo de ações ao longo dos anos, melhoras no produto, escuta ativa ao cliente entre muitos outros fatores. Não adianta criar um plano que deu super certo e depois se sentir indestrutível, assim, como a competidora anterior que achava que jamais seria desbancada. Quantas empresas você conhece que eram líderes isolados, não inovaram e acabaram sendo ultrapassados?
Lembrando que Cruella é um personagem fictício criado pela Disney, é uma vilã e eu não indico que seus planos sejam baseados em ódio pelo competidor 😀.