Eu não sabia, mas no momento em que me apaixonei pelos romances e me vi romântica, eu estava perdida. Eu não sabia, mas a vida ia me mostrar que ser romântica é díficil, que todo mundo vai te fazer acreditar que ser romântica é igual a ser trouxa, não sabia que eu iria acreditar e iria com todas as minhas forças tentar ser diferente daquilo que eu nasci pra ser.
É bobeira nossa, mas é normal que caso sejamos diferente do nosso grupo de convívio, automaticamente, vamos nos sentir isolados e diferentes.Desculpa, mas, por mais que eu tente e me esforce para acreditar que eu consigo, não consigo sair com alguém e no dia seguinte esquecer que ele existe – até porque, difícilmente, eu vá se quer topar um encontro com alguém caso essa pessoa não desperte a minha curiosidade. Apesar de amar sair para balada, já desisti também de achar que seria divertido me envolver com pessoas nesse ambiente – amo dançar e balada se resume a isso para mim.
Desculpa, mas eu suspiro com os livros de romance, decorei falas de vários desenhos da Disney, sonho em casar com um vestido de princesa, fico com olhos sonhadores quando vejo casais de velhinhos andando de mãos dadas e valorizo muito momentos caseiros ao lado de alguém que faça eu me sentir bem. Quero conhecer alguém de verdade e escolher estar ao lado dessa pessoa, não tem coisa que me deixa mais triste em ver relacionamentos vazios em que o único objetivo não é estar sozinho, relacionamentos solitários.
Veja bem, isso não significa que ser romântica me faz volúvel, é bem díficil eu me apaixonar já que como toda boa romântica, meu coração já foi machucado diversas vezes e eu precisei aprender a cercá-lo. Muito menos que eu desejo um príncipe encantado, a realidade é bem mais gostosa do que a fantasia. Isso quer dizer que eu preciso parar de tentar me convencer de que consigo não me importar com as pessoas e usá-las sem pensar no amanhã, que eu não me sinto cansada depois de verdadeiras sagas de encontros. Tenho a sensação de que hoje em dia com tanta informação e com tanta pressa nós perdemos o interesse um no outro e talvez, esse seja o motivo que faz leitores amarem viver um mundo diferente através dos livros – um mundo onde os personagens se preocupam em conhecer o outro e enxergam em detalhes a beleza do dia a dia e do relacionamento da vida real.
Concluindo, prefiro ser a boba romântica, fazer origami com o meu papel de trouxa, perder noites de sono me castigando por dar importância a quem não merecia, mas lá no fundo, tendo a certeza de que eu tentei ao menos. Muito melhor do que perder noites de sono sofrendo por tentar ser alguém que eu não sou repetindo o mantra: Não se apega, não! Desculpa, mas sou romântica e sempre vou ser.
Imagens: We Heart it