Resenha-Um-Lugar-Chamado-Liberdade-Ken-Follett-Livro-Capa
Autor: Ken Follett
Título Original: A Place Called Freedom
Editora: Editora Arqueiro
Nota: 4.8

Sinopse: Desde pequeno, Mack McAsh foi obrigado a trabalhar nas minas de carvão da família Jamisson e sempre ansiou por escapar. Porém, o sistema de escravidão na Escócia não possui brechas e a mínima infração é punida severamente. Sem perspectivas, ele se vê sozinho em seus ousados ideais libertários. Durante uma visita dos Jamissons à propriedade, Mack acaba encontrando uma aliada incomum: Lizzie Hallim, uma jovem bela e bem-nascida, mas presa em seu inferno pessoal, numa sociedade em que as mulheres devem ser submissas e não têm vontade própria. Apesar de separados por questões políticas e sociais, os dois estão ligados por sua apaixonante busca pela liberdade e verão o destino entrelaçar suas vidas de forma inexorável.

Notas

Atributo Nota
Capa 5
Enredo 5
Escrita 5
Personagens 5
Final 4
Classificação geral 4,8

Eu já tinha ouvido falar muito do Ken Follet por causa de suas obras premiadas como a trilogia “O Século” e “Pilares da Terra” mas não cheguei a ler nenhum desses livros, fiquei um pouco receosa de me prender a trilogias com livros enormes! Então, a Arqueiro lançou há pouco tempo Um Lugar Chamado Liberdade e aí eu vi a minha chance de conhecer a obra do autor!

Não me arrependi de ter me dedicado as 400 páginas de Um lugar chamado liberdade, se você, como eu, gosta muito de leituras que vão enriquecer seu conhecimento em história, o autor britânico é uma ótima pedida! Ken Follet desenvolve a vida dos personagens explicando cada detalhe do contexto histórico e político onde eles se encontram, e isso se torna essencial para o desenvolvimento e entendimento dos personagens. Eu desconfiava de como o autor iria ligar as vidas de Lizzie e Mack sem parecer rídiculo ou fantasioso demais, porém, o autor conseguiu isso com maestria.

“Segundo a vontade de Deus e a lei, Malachi Mcash deveria passar a vida extraindo carvão debaixo da terra enquanto Jay Jamisson gozava de uma existência superior. Revoltar-se contra a ordem natural das coisas era pecaminoso. “

A história começa na Escócia em 1766. Ao contrário de seus companheiros mineiros, Mack, não se conforma com a vida que leva. Desde criança foi ensinado a ler e nutria dentro de si o questionamento de porquê as coisas deveriam ser daquela forma. A cada descida para a mina de carvão sua raiva apenas crescia, e por conta de seu inconformismo, Mack acaba por descobrir que seus “donos” não estão absolutamente corretos em relação a lei de determina que ele lhe prestar serviços para o resto da vida.  Acompanhamos Mack em sua busca incansável por ser dono de sua própria vida, todas as batalhas difíceis que ele trava e a coragem que precisa ter. A trajetória de Mack me levou a questionar muito do que vivemos hoje, mesmo que ele tenha vivo há centenas de anos atrás. Ken Follet não abre espaço para um personagem invencível que consegue tudo que deseja, então espere de tudo.

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Lizzie, por outro lado, tem um espírito selvagem, quer cavalgar, caçar, viajar e viver aventuras! Porém, ela é uma dama da alta sociedade em 1766, obviamente, tudo isso não é adequado e proibido para damas como ela. Seu destino está selado para que ela se case com um homem rico e salve a propriedade de sua mãe viúva que está endividada até o último fio de cabelo.

Cada um deles procura a liberdade da sua própria maneira, travando suas próprias batalhas pessoais e nos emocionando a cada passo. Ken Follet criou um trama absurdamente detalhada, complexa, emocionante e cativante.

O único defeito do livro, na minha opinião, são as últimas 50 páginas (de quase 400), a história até ali estava super frenética e levando um ritmo muito bom de leitura, mas eu considerei o final muito esticado e a minha leitura não fluiu. Uma pena, porque o enredo é muito bem construído e só essas páginas me deixaram muito cansada no final. Único motivo pelo qual a nota 5 não foi alcançada pelo livro.