Autor: Lisa kleypas
Título Original: Love in the Afternoon (The Hathaways, #5)
Editora: Editora Arqueiro
Nota: 4,4
Contém Spoilers para quem não leu os outros livros da série! Conheça todos os livros aqui
Sinopse: Mesmo sendo uma família nada tradicional, quase todos os irmãos Hathaways se casaram. Mas para a caçula Beatrix, parece não haver mais esperança. Dona de um espírito livre, apaixonada por animais e pela natureza, Beatrix se sente muito mais à vontade ao ar livre do que em salões de baile. E, embora já tenha frequentado as temporadas londrinas e até feito algum sucesso entre os rapazes, nunca foi seriamente cortejada, tampouco se encantou por nenhum deles.
Sua amiga, A superficial Prudence recebe uma carta de seu pretendente, o capitão Christopher Phelan, que está na frente de batalha. Mas parece que a guerra teve um forte efeito sobre ele, e seu espírito, antes muito vivaz, se tornou bastante denso e sombrio. Prudence não tem a menor intenção de responder, mas Beatrix acha que ele merece uma palavra de apoio – mesmo depois de tê-la chamado de estranha e dito que a jovem é mais adequada aos estábulos do que aos salões. Então começa a escrever para ele e assina com o nome da amiga. Beatrix só não imaginava o poder que as palavras trocadas teriam sobre eles.
Atributo | Nota |
Capa | 5 |
Enredo | 4 |
Escrita | 4 |
Personagens | 4,5 |
Final | 5 |
Classificação geral | 4,5 |
Eu não sabia como começar essa resenha… Eu estava louca e ao mesmo tempo com medo de ler o último livro da família Hathaway, eu estava sempre super ansiosa pelo próximo lançamento da série e agora esse é o último 🙁
Lisa Kleypas tem esse jeitinho de escrever seus livros que torna impossível largá-los até o final, você passa horas e horas virando as páginas e parece que toda a história passou diante dos seus olhos em minutos, não horas. Como eu já disse em outras resenhas, sempre foi esse o sentimento que a Lisa me passou desde o primeiro volume da série Os Hathaways!
Beatrix é a mais excêntrica dos Hathaways, nos outros volumes da saga acompanhamos o amadurecimento da mais jovem Hathaway, a cada bichinho que ela salvava e atormentava a família Hathaway, ganhava um lugar maior no meu coração. Ao se tornar uma jovem adulta, agora, Beatrix tem o desafio de se adequar a uma sociedade na qual ela não faz a mínima vontade de fazer parte, no entanto, ela não quer ficar sozinha também. Durante o livro, acompanhamos, ao lado da protagonista a sua luta interna por ser quem ela é e tentar se encaixar em um padrão, assim como as irmãs ela quer viver um grande amor. Imagine você, ser a irmã caçula de irmãs bem casadas e felizes, sendo solteira e esquisita? Não é fácil.
“Já houve dezenas de vezes no passado em que eu deveria ter gostado de algum cavalheiro em particular. Ocasiões convenientes, apropriadas, facéis, mas não, quis esperar por alguém especial. Alguém que faria meu coração parecer ter sido pisoteado por elefantes, jogado no rio Amazonas e devorado por piranhas.”
O formato do ínicio do livro é descrito em cartas, isso já me deixou muitoo feliz! Ele foge um pouco do estilo dos outros livros e isso o tornou ainda mais interessante, Bea, como nós já sabemos é uma mulher maravilhosa e não julga ninguém, de um altruísmo que, muitas vezes, até cansa. Por dar a sua amizade sem olhar á quem, ela se envolve com Prudence, uma jovem interesseira que apenas quer um casamento por status e riquezas, por isso, ela começa a se corresponder com o belo e bem nascido capitão Christopher Phelan que está lutando na guerra da Criméia, entre império Russo e Grã-Bretanha, França, e o reino da Sardenha (Aliança Anglo-Franco-Sarda)*. Porém, ao sair de Londres Phelan era bem humorado, galanteador e vivaz, mas a guerra acabou por murchar todo esse espírito. Prudence perde completamente o interesse. É aí que Bea decidi entrar, ela assume o lugar da amiga por pena de um soldado com saudades de casa, mas o que ela não contava é que seu coração não iria levar numa boa a história de contar sua vida por cartas, quando se dá conta, ela já está trocando cartas de amor. Tudo poderia ser uma bela história de amor, se não fosse pelo fato de que, Phelan nunca foi com a cara de Beatrix e chegou até a fazer comentários maldosos sobre ela, a envergonhando.
Lisa Kleypas conseguiu me envolver nessa história amor que supera obstáculos de distância, tempo e preconceitos de sociedade. O livro não é apressado e saboreamos pouco a pouco a relação estranha que Bea contrói através das cartas e os pedaços de informação que tem sobre o capitão. Em termos de descrições histórias e detalhes sobre a guerra o livro é bem pobre, é 100% focado no romance e a autora só nos fornece informações estritamente necessárias sobre o ambiente – isso me deixou um pouco desapontada em todos os volumes, confesso. Mas, em termos de romance, Paixão ao Entardecer, cumpriu todos os meus requisitos e fechou a série de Os Hathaways em grande estilo.
*Como eu falei, o livro não dá um super contexto histórico, então se você, assim como eu, é mais curiosa (o) aqui algumas informações sobre a Guerra da Crimeia:
Ficou conhecida pelo nome de Guerra da Crimeia o conflito ocorrido entre outubro de 1853 e fevereiro de 1856, envolvendo de um lado o Império Russo e do outro o Império Otomano (atual Turquia), Grã-Bretanha, França, e o reino da Sardenha. Esta guerra é na verdade parte de uma série de disputas por territórios do então decadente império Turco-Otomano, e seu nome deve-se ao fato de que boa parte das batalhas ocorreram na península da Crimeia, hoje parte do território ucraniano.
Em julho de 1853 o império russo ocupa a península da Crimeia. Preocupadas, França e Grã-Bretanha tentam negociar uma retirada, mas a Turquia resolve declarar guerra em outubro. Britânicos e franceses correm em auxílio aos turcos quando os russos destroem a frota turca em Sinope, no Mar Negro, em novembro de 1853. A Grã-Bretanha estava ansiosa para garantir seu comércio com a Turquia e o acesso à Índia, e viu a manobra russa como um insulto, tornando inevitável uma resposta vigorosa ante o clamor da opinião popular. Já o arrivista império francês estava desesperado por glória militar e vingança por sua derrota nas mãos da Rússia em 1812. A defesa do império turco era apenas um fato ocasional. O marco final da guerra foi a queda de Sevastopol conquistada pelas tropas aliadas a 8 setembro de 1855. O novo imperador russo, Alexandre II, concordou em assinar um tratado de paz no Congresso de Paris, a 30 de março de 1856. (Info Escola)
A Lisa fala durante o livro sobre os acontecimentos, o tratado e tudo mais, porém, ler antes sobre ajuda a refrescar a memória das aulas de história e aproveitar melhor o livro 😉