Quem nunca se viu com água na boca ao ler a descrição de comidas em um livro? Se tem algo que personagens fazem em livros é comer, algumas comidas estranhas e outras deliciosas. Eu, como vivo com vontade de comer (gordinha feelings) anoto alguns pratos pra fazer depois, aí pensei, por que não dividir isso no blog? Então, assim nasce o Receita Literária 🙂
A receita de hoje foi citada no livro Vai sonhando! da Megan Maxwell. Em uma das cenas em que Daniela e Rubén estão na cozinha, eles fazem Madelenas ou Madeleines como são conhecidos esses bolinhos/bolachinhas delicia! A origem do doce é francesa, mas a história de como ele surgiu é uma incognita, eu achei muitas versões, a única coisa que elas tem em comum é que a origem do nome é da cozinheira que inventou/popularizou o doce! A melhor história eu encontrei no site Financier Capitolio, e resumi abaixo para vocês:
“Hoje, porém, ninguém duvida que as madeleines surgiram para deliciar Stanislas Leszczynski, soberano deposto da Polônia, a quem o genro Luís XV, rei da França, tentou fazer esquecer a perda do trono concedendo-lhe o ducado de Lorena.
O ex-rei e então duque de Lorena adorou a novidade e quis conhecer a autora, perguntando-lhe o nome, onde nascera e como se chamava a invenção. Ela disse chamar-se Madeleine Paulmier e revelou ter nascido em Commercy. Como o bolinho não possuía nome, Stanislas o batizou: “Vai se chamar madeleine de Commercy”. No dia seguinte, enviou a novidade para a filha comilona, Maria Leszczynski, mulher de Luís XV, na Corte de Versalhes. Até a morte do duque de Lorena, em 1766, a receita permaneceu secreta.”
“Entretanto, o mais destacado protagonista da história da especialidade foi o escritor francês Marcel Proust. No Caminho de Swann, primeiro dos sete volumes da obra-prima Em Busca do Tempo Perdido, ele conta como conheceu as madeleines e revela o prodígio que operaram em sua vida e arte. Num dia de inverno, chegando em casa com frio, a mãe lhe deu o bolinho acompanhado de uma taça de chá. Ao levar um pedaço à boca, amolecido pela bebida, veio-lhe à mente não apenas a lembrança do passado, mas a sensação de resgatar a própria infância. A madeleine tinha o mesmo sabor da que sua tia Léonine lhe oferecia todo o domingo de manhã, anos antes. Essa metáfora do paladar revivido, uma experiência desprezada por tantos adultos, pode ser interpretada como a vitória da memória sobre a sovinice do tempo.“
Bem legal né? Achei muito interessante o fato do bolinho também se relacionar ao Proust, mandou super bem Megan Maxwell! Maaas, vamos a receita! A Madeleine tem uma massa original, simples, que você pode misturar com os recheios que quiser! Então dá pra fazer Madeleines de qualquer sabor.
Achei duas versões da receita, com manteiga e sem manteiga:
Massa com manteiga (rende 25 madeleines)
- 3 ovos
- 1 colher (chá) de mel
- 1/2 xícara de açúcar
- 120 g de farinha de trigo
- 1/4 colher (chá) de fermento químico em pó
- 110 g de manteiga, derretida
- 1 pitada de sal
Como fazer:
fonte: All Recipes
Massa sem manteiga (serve até 6 pessoas)
- 2 gemas de ovo
- 4 ovos inteiros
- 2 xícaras de açúcar
- 600g de farinha
- 1/4 de 1 xícara de fermento
Como Fazer:
Separe a clara de dois ovos e em seguida misture-as com quatro ovos inteiros e bastante açúcar. Enquanto bate, acrescente a farinha e o fermento. Bata até dar o ponto e deixe a massa descansar por duas horas na geladeira.
RECHEIOS
- Para os recheios, utilize os ingredientes que você gosta. Você pode usar chocolate em pó, manga com hortelã, framboesa fresca, coco ralado, amêndoas e semente de papoula. Misture cada ingrediente com um pouco de massa e separe na forma por sabor. Coloque glaçúcar por cima da forma e deixe assar no forno a 200°C por dez minutos. Sirva em seguida.
Agora algumas fotinhas de Madelenas/Madeleines para vocês ficarem doidos <3 – Só não façam que nem a Daniela que no livro deixa os bolinhos queimarem! Ah! e apesar da receita original ser doce, existem várias versões salgadas também 😉